29 de nov. de 2012

Paulo Freire Contemporâneo - Documentário



Documentário interessantíssimo sobre a vida e obra de Paulo Freire. O vídeo foi lançado em 2007, dez anos após sua morte, por ocasião das homenagens prestadas ao mestre da educação libertadora.
No início o vídeo traz depoimentos que retratam as primeiras experiências de alfabetização da educação popular freiriana em Angicos no Rio Grande do Norte na década de 1960. Meio e a segunda metade do vídeo compõe um mosaico de depoimentos, imagens, narrativas sobre a vida, suas obras e sua presença na contemporaneidade.
Com os depoimento de suas filhas Fátima e Madalena Freire e sua segunda esposa Ana Maria Freire, todas também educadoras, verificamos quanto ele era coerente com seus ideais. Uma pessoa extremamente sensível, profundamente humano e comprometido com os oprimidos.
O documentário está disponível no Youtube, no site Domínio Público do MEC e você também pode assisti-lo aqui. Deixe um comentário seu, tem mais um monte aspectos que não abordei neste texto.
Duração
53 minutos
Direção
Toni Venturi

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19 de nov. de 2012

Por uma infância sem racismo - UNICEF

Locução: Lazaro Ramos



Rede de atendimento, Intersetorialidade e participação popular

Eu não tenho dúvida sobre a importância e necessidade de termos na rede de atendimento a criança e ao adolescente uma intersetorialidade entre os serviços. Infelizmente, temos no serviço público uma lógica pouco eficiente de atendimento. Do outro lado balcão, diz a atendente "não é com a gente, você tem de ir ao serviço tal". E o adolescente que para chegar até ali para pedir ajuda/orientação/atendimento teve uma enorme dificuldade - medo, vergonha, falta de interesse - acaba desistindo. No geral, o que se vê na prática é cada serviço cuidando, isoladamente, das suas demandas.

No Conselho Tutelar, presenciei inúmeras situações em que o profissional sequer leu o documento que enviamos, a ponto de nos ligarem para pedir alguma informação que estava lá escrito.

Em Campinas, um primeiro embrião de gestão intersetorial surgiu por volta de 1992 (Governo Jacó Bittar), quando se criou na administração municipal as SAR’s – Secretarias de Administração Regional. Essa experiência não foi levada adiante nas gestões posteriores. Só foi retomada como política de governo em 2001 (Governo Toninho e Izalene).

As duas gestões seguintes (2005 – 2008 e 2009 – 2012) que inclui a atual, não têm como política de governo a gestão intersetorial, pelo contrário, duas gestões marcadas pelo centralismo das decisões, pelo sectarismo político. Mesmo assim, as experiências consolidadas na Gestão Toninho e Izalene, por mérito dos profissionais e serviços da rede de atendimento, fizeram com que esta política se viabilizasse.

“Importante destacar que o estabelecimento dessa diretriz veio a somar e estimular ações entre os setores, que já vinham sendo experimentadas isoladamente nas regiões, mesmo sem reconhecimento oficial. Isto se deu mediante a crescente necessidade da parceria e percepção evidente da não governabilidade individual frente a gigantesca exclusão e vulnerabilidade que as famílias e comunidades vinham enfrentando nos territórios.” (SAMPAIO, Eliete - 2004)


A atual gestão, que se encerra em 31 de dezembro, foi bastante tumultuada, chegando ao ponto de o prefeito reeleito Dr. Helio ser cassado. Em quase sete anos de governo, a gestão de Dr. Helio foi coordenada por Rosely, a primeira dama, figura extremamente autoritária, que centralizava no gabinete do prefeito todas as decisões políticas, a intersetorialidade sobreviveu em sua gestão com o esforço e envolvimento dos profissionais e serviços. Resultado desse trabalho, tivemos iniciativas de participação popular bastante significativas.

“... participação ... de profissionais da base da Assistência Social e Saúde. Formaram-se os Fóruns Intersetoriais, abertos a todos os serviços, programas e comunidades locais, que compõem um total de trinta em todo o município. Nesses espaços são tratados temas e questões que permeiam os seus micro-territórios e envolvem diretamente as famílias, como: desemprego, violência doméstica e urbana, o caráter excludente das políticas públicas, inclusão em programas de transferência de renda, entre outros, bem como a identificação das potencialidades e apoio técnico à população enquanto sujeitos na organização e ação nas suas comunidades.” (SAMPAIO, Eliete - 2004)


Essas experiências de trabalho intersetorial aqui em Campinas servem de modelo para todo Brasil. Importante salientar que essas experiências se consolidaram de baixo pra cima, ou seja, os próprios trabalhadores e serviços se articularam para que esses espaços de troca de experiências, de discussão de caso, de criação de fluxo, continuassem a existir.

Em 01 de janeiro próximo teremos o início da gestão Jonas Donizette. O prefeito eleito, não assumiu qualquer compromisso com Campinas que verse sobre participação popular. Suas declarações soam populistas, exemplo disso ele dizer que irá criar o gabinete itinerante para estar próximo da população, mantendo nele o centro das decisões.

Não sabemos de fato o que está por vir, apenas imaginamos. A recente manobra acometida na Câmara Municipal pelo Vereador Flores a pedido do Sindicato dos Servidores (hegemonia do PSB de Jonas) contra a aprovação do PL de reenquadramento das monitoras de educação infantil ao cargo de PEB I nos ajuda pensar o que vai ser esta gestão: um retrocesso para Campinas. Com isso acredito que a participação popular, a exemplo das intersetoriais, se dará de baixo pra cima, como muita mobilização popular, pressão e organização popular.

18 de nov. de 2012

Prezado Professor

(Terminada a última guerra mundial foi encontrada, num campo de concentração nazista, a seguinte mensagem dirigida aos professores):


 "Prezado Professor,

Sou sobrevivente de um campo de concentração.
Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver.

Câmaras de gás construídas por engenheiros formados.
Crianças envenenadas por médicos diplomados.
Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas.
Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de
colégios e universidades.
Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação.
Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos.
Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou
psicopatas hábeis.
Ler, escrever e aritmética só são importantes
Para fazer nossas crianças mais humanas."


(Ilustração: Morgan Weistling)

Especial SUAS - Edson Seda

13 de nov. de 2012

Documentário: Muito Além do Peso



Ainda essa semana, vendo imagens de crianças em uma reportagem sobre educação, eu comentava com minha companheira a obesidade das crianças. Horas depois, na internet, soube que está sendo lançado essa semana um documentário sobre o assunto.
Curioso, procurei saber mais: O vídeo “Muito além do peso” aborda a questão da obesidade infantil a partir da realidade brasileira. Além do depoimento das crianças, trás a fala de pais, professores e especialistas de diversas áreas. Dos mesmos produtores de “Criança a alma do negócio”.
Não acredito que seja lançado nos cinemas aqui em Campinas, mas logo-logo o encontramos no mercado (pirata) a venda. ... e se alguém conseguir por favor, não esqueça do amigo aqui.
Abraço

Paulinho
14/11/2012

Site: http://www.muitoalemdopeso.com.br/
Trailer Oficial "Muito além do peso"
 

12 de nov. de 2012

A PRIMEIRA DERROTA DE JONAS



Jonas Donizette sofre sua primeira derrota no Legislativo municipal. A Câmara de Vereadores de Campinas aprovou nesta segunda-feira (12), projeto de lei que revoga a lei de Jonas que regulamentava a exploração do trabalho infantil na cidade.

Jonas é autor da lei denominada “Programa Meninos da Feira”, que foi aprovada em 1996. No ano seguinte (1997) a legislação foi vetada pelo então Prefeito Chico Amaral e posteriormente os vereadores daquela legislatura derrubaram o veto do prefeito, portanto, desde então tínhamos uma lei municipal em vigor, inconstitucional.

A Constituição Federal (Art. 227 - § 3º I) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Art. 60) estabelecem a idade mínima de 14 anos para ingresso ao trabalho, na condição de aprendiz. A lei de Jonas Donizette regulamenta o trabalho de crianças acima de 7 anos como carregadores de sacolas, ajudante nas barracas dos feirantes e guardadores de carros em feiras livres.

O próprio nome da lei é um flagrante contra os direitos das crianças e adolescentes. Menores era o termo usado nos anos de chumbo, para designar crianças e adolescentes que estivessem em situação irregular (os filhos dos pobres). Este termo (menor) tem caráter depreciativo, não reconhece a criança e o adolescente como sujeito de direitos. Atrás da palavra “menor” existe uma ideologia, uma questão de classe, portanto não se trata apenas de uma questão do chamado “politicamente correto”. A lei de Jonas revela quem ele é na política, com que ideologia ele está alinhado e que classe ele representa. Temos quatro anos à frente de muitos desafios e muitas lutas a travar. Essa é só uma delas e já começamos vencendo. É a primeira derrota de Jonas e assim espero que seja a primeira de muitas.

Campinas, 13 de novembro de 2012

Paulo Roberto dos Santos – Paulinho
Pedagogo, morador de Campinas e professor na rede municipal de Indaiatuba



LEI No 9236, DE19 DE MARÇO DE 1997

DISPÔE SOBRE A CRIAÇÃO DO PROGRAMA “MENORES DA FEIRA” NO
MUNICÍPIO DE CAMPINAS.

A Câmara Municipal aprovou e eu, Francisco Sellin, seu Presidente, promulgo nos termos do Artigo 51, § 5°, da Lei Orgânica do Município de Campinas, a seguinte lei:

Artigo 1o – Fica criado o “Programa Menores da Feira”, que tem por finalidade proporcionar atividades das quais resultem renda, para atendimento das necessidades básicas, tais como: alimentação, higiene, educação e recreação de crianças e adolescentes de rua e na rua, e também criar alternativas de iniciação profissional aos adolescentes a partir de 14 (catorze) anos, com o objetivo de integrá-lo, no mercado de trabalho.

§ 1o – Para os efeitos desta lei, entende-se por crianças e adolescentes em situação de rua aquelas que não possuem vinculo familiar fazendo “da rua” seu espaço de sobrevivência; crianças e adolescentes “na rua”, aquelas que possuem vínculo familiar, estando na rua em busca de sobrevivência.
.
§ 2o – O “Programa Menores da Feira” deverá ser implantado com a parceria entre a Secretaria Municipal da Família, Criança, Adolescente e Ação Social e a Central de Abastecimento S/A-CEASA.

Artigo 2o – O Programa ao ser implantado consistirá de três etapas distintas: diagnóstico, abordagem da criança e do adolescente naquele meio, e a organização dos meninos (as) maiores de 07 (sete) anos, formando grupos de: carregadores de sacolas, ajudante nas barracas dos feirantes e guardadores de carros.

Parágrafo único – A terceira etapa consistirá das seguintes atividades: entrevista para cadastramento, reuniões grupais, visita familiar, definição de tarefas, responsabilidades e estabelecimento do ponto de trabalho nas feiras.

Artigo 3o – A Central de Abastecimento S/A-CEASA Campinas, poderá atribuir a participação dos feirantes e proprietários de varejões existentes no município, na implantação deste programa.

Artigo 4o – O Executivo Municipal regulamentará a presente no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da promulgação, no que se fizer necessário.

Artigo 5o – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições emcontrário.

Campinas, 19 de março de 1997

Francisco Sellin
Presidente

Autoria: Vereador Jonas Donizette
PUBLICADO NA SECRETARIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPINAS, AOS 19 DE MARÇO DE 1997.

Eurico Serra
Secretário Geral